top of page

A arte nas suas mais diversas expressões está presente em nossas vidas de forma cotidiana, mesmo que, por acaso, possamos não nos dar conta disso. Nas artes plásticas, na música, no cinema, na poesia do “busu”: de algum modo, a arte nos alcança no dia-a-dia. Principalmente para aqueles (as) que vivem nas grandes cidades, basta fazer um trajeto no ônibus ou metrô para nos depararmos com uma expressão artística que é “a cara” dos centros urbanos: o grafite. Seja nas fachadas dos prédios ou nos viadutos, seja representando elementos do imaginário coletivo e/ou com críticas sociais, lá está o grafite compondo o cenário da cidade.

Partindo desse conjunto de potencialidades que emanam da linguagem do grafite, em 2017, surgiu o projeto Ancestralidade e Novas Narrativas, que tem como principal objetivo articular a iconografia das religiões de matriz africana com a estética do grafite. Voltado para o público jovem, negro, periférico e pertencente a alguma religião de matriz africana, o projeto conta com um conjunto de ações integradas com o intuito de provocar um diálogo intergeracional mediado pelo universo simbólico das religiões afro-brasileiras. Suas ações giram em torno de 3 eixos:

  • Realização de Rodas de conversa virtuais entre jovens negros/as e sacerdotes e sacerdotisas de terreiros de candomblé a fim de dialogar sobre os elementos simbólicos tradicionais, seus significados, utilidades, limites no uso de suas representações, etc.;

  • Realização de oficina de 20 horas/aula sobre a linguagem da arte visual do grafite com os/as jovens, com vistas à produção de peças artísticas que tragam os referenciais simbólicos das religiões de matriz africana;

  • Realização de uma mostra com as peças produzidas pelos/as jovens ao longo da oficina, acompanhado com texto de curadoria.

 

Em sua primeira edição que ocorreu na cidade de Lauro de Freitas, entre novembro de 2017 e março de 2018, o projeto mobilizou centenas de pessoas e circulou por 3 espaços culturais da cidade (Centro Social Urbano de Portão, Centro de Cultura de Lauro de Freitas e Ilê Axé Odé Yeye Ibomin). Entre outubro de 2018 e janeiro de 2019, sua segunda edição foi realizada na cidade de Salvador, dessa vez mobilizando 04 espaços culturais (o Ilê Axé Ifá Olorum Babá Omi, no bairro de Escada; o Centro Cultural Plataforma; o Instituto Federal da Bahia; e a Casa da Música).

Em ambas as edições, a repercussão do projeto foi extremamente positiva tanto entre os/as jovens que participaram das oficinas, quanto entre os colaboradores, parceiros e financiadores. Ademais, acreditamos ter cumprido um dos principais objetivos que nos propomos ao idealizar o projeto, qual seja o fortalecimento, entre os jovens, da identidade negra e combate à intolerância religiosa, a partir da preservação e fortalecimento do referencial estético e simbólico das religiões de matriz africana, promovendo um diálogo entre jovens negros/as e seus mais velhos, com vistas à produção artística que dissemine a iconografia do candomblé através da estética do grafite.

No ano de 2020, diante da pandemia do COVID-19, colocou-se para nós um grande desafio: o da realização parcialmente remota da 3º edição do projeto, executado noutro formato diferente do modelo que havíamos idealizado a partir das duas primeiras edições. O processo da oficina assim como os seus resultados poderão ser acessados nas próximas abas. Convidamos todos/as que naveguem pelo site e se maravilhem com esse potente projeto, que tem a realização do Coletivo Cultural Ibomin e que nesta edição conta com o apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e do Centro de Culturas Populares e Identitárias (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

bottom of page